A moral e a educação são valores que recebemos de nossos pais ou cuidadores, desde o momento do nascimento. Durante a infância esses valores criam raízes muito complexas que normalmente determinam a forma da personalidade, do comportamento, do jeito de sentir e da capacidade de se relacionar o futuro adulto. O adulto continua recebendo influências e novos valores, mas lidará com eles de acordo com o grau de amadurecimento emocional que possui. Esses valores são variáveis e estão vinculados à cultura, ao tempo e ao local onde se nasceu e/ou se vive. Embora haja diferenças muito grandes entre as diversas culturas existentes, curiosamente há uma enorme semelhança entre todas elas: a natureza humana e sua necessidade em sobreviver, se organizar e coexistir. Podemos dizer que é um potencial da natureza humana o indivíduo possuir uma capacidade para ser educado. Mas esse processo terá sucesso se o ambiente for suficientemente bom em propiciar as condições que possibilitem coisas como: confiança e "crença em" e idéias de certo e errado que devem se desenvolver através da elaboração dos processos internos da criança. A psicanálise chama isso de: "evolução de um superego pessoal." Em poucas palavras, superego é um conceito introduzido por Freud sobre a instância psíquica que atua nos indivíduos, como juiz e censor, na consciência moral, na auto-observação e na formação de ideais.
Pois bem, a moral e os valores precisam ser transmitidos para a criança, que precisa elaborar e desenvolver internamente o conteúdo recebido. Em outras palavras, a educação precisa ser compartilhada entre pais e filhos. Somente assim esse conteúdo terá validade futura. O que irá garantir essa elaboração pela criança, é o ambiente suficientemente bom. Não é possível incutir à força, valores ou crenças em coisa nenhuma. Isso não é educação, é violência. A criança precisa "confiar" e "crer" em quem está lhe ensinando algo. A confiança vem do ambiente, do gesto, da aceitação da dúvida, do bom-humor, da firmeza quando necessário, do sim, do não, da coerência de atitudes, da generosidade e principalmente, do exemplo dado. Na verdade a educação moral não funciona se a criança não tiver desenvolvido dentro de si própria, por um processo natural de desenvolvimento, a essência daquilo que lhe está sendo ensinado. Quando esse processo é bem sucedido, o futuro adulto será maduro emocionalmente. O amadurecimento emocional é o responsável: pela tolerância, generosidade, cuidado com o outro, com o estabelecimento tranquilo de limites, a capacidade de estar só, a capacidade de ouvir não, a capacidade de sentir culpa e o desejo de reparação.
Para falar de moral e educação é preciso se abordar a capacidade de socialização do ser humano.
Já disse aqui inúmeras vezes que não vivemos e não podemos viver sozinhos. O bicho-homem é basicamente um ser-social, um ser-em-relação. O ambiente neo-liberal em que vivemos tem sido o grande responsável em infundir a falsa idéia de que somos sujeitos isolados e "independentes". Há um grande reflexo desse falso conceito nas escolas e na educação de hoje. A cultura da "alta performance nas escolas" submete as crianças a uma enorme pressão, com uma agenda pesadíssima, repleta de compromissos. O objetivo maior é prepará-las para competir e conquistar um "bom lugar" no mundo corporativo futuro. Resta saber: a que preço? Honestamente eu tenho medo dos resultados que teremos no futuro. Disponibilizo aqui o link dessa boa reportagem da Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/saber/862572-sucesso-nos-eua-documentario-faz-critica-a-cultura-da-alta-performance-nas-escolas.shtml
tratando de um assunto que acredito ser muito importante para quem tem filhos em idade escolar.
A maior parte das pessoas que vive essa ilusão, descobre a duras penas e com muito sofrimento, que são mais "dependentes" do que desejaríam. Somos indivíduos sim, mas nossa constituição é mesclada pela convivência, pelo compartilhamento e pela capacidade de aprender e ensinar.
Pois bem, a moral e os valores precisam ser transmitidos para a criança, que precisa elaborar e desenvolver internamente o conteúdo recebido. Em outras palavras, a educação precisa ser compartilhada entre pais e filhos. Somente assim esse conteúdo terá validade futura. O que irá garantir essa elaboração pela criança, é o ambiente suficientemente bom. Não é possível incutir à força, valores ou crenças em coisa nenhuma. Isso não é educação, é violência. A criança precisa "confiar" e "crer" em quem está lhe ensinando algo. A confiança vem do ambiente, do gesto, da aceitação da dúvida, do bom-humor, da firmeza quando necessário, do sim, do não, da coerência de atitudes, da generosidade e principalmente, do exemplo dado. Na verdade a educação moral não funciona se a criança não tiver desenvolvido dentro de si própria, por um processo natural de desenvolvimento, a essência daquilo que lhe está sendo ensinado. Quando esse processo é bem sucedido, o futuro adulto será maduro emocionalmente. O amadurecimento emocional é o responsável: pela tolerância, generosidade, cuidado com o outro, com o estabelecimento tranquilo de limites, a capacidade de estar só, a capacidade de ouvir não, a capacidade de sentir culpa e o desejo de reparação.
Para falar de moral e educação é preciso se abordar a capacidade de socialização do ser humano.
Já disse aqui inúmeras vezes que não vivemos e não podemos viver sozinhos. O bicho-homem é basicamente um ser-social, um ser-em-relação. O ambiente neo-liberal em que vivemos tem sido o grande responsável em infundir a falsa idéia de que somos sujeitos isolados e "independentes". Há um grande reflexo desse falso conceito nas escolas e na educação de hoje. A cultura da "alta performance nas escolas" submete as crianças a uma enorme pressão, com uma agenda pesadíssima, repleta de compromissos. O objetivo maior é prepará-las para competir e conquistar um "bom lugar" no mundo corporativo futuro. Resta saber: a que preço? Honestamente eu tenho medo dos resultados que teremos no futuro. Disponibilizo aqui o link dessa boa reportagem da Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/saber/862572-sucesso-nos-eua-documentario-faz-critica-a-cultura-da-alta-performance-nas-escolas.shtml
tratando de um assunto que acredito ser muito importante para quem tem filhos em idade escolar.
A maior parte das pessoas que vive essa ilusão, descobre a duras penas e com muito sofrimento, que são mais "dependentes" do que desejaríam. Somos indivíduos sim, mas nossa constituição é mesclada pela convivência, pelo compartilhamento e pela capacidade de aprender e ensinar.