Na última postagem falei que conflito e exclusão são formas verdadeiras de se relacionar. Isso porque ninguém pode brigar sozinho e, se há exclusão, alguém excluiu alguém. Então, percebermos que uma relação tem um significado dialético: "algumas coisas necessitam de outras para serem elas mesmas". E isso parece ser muito verdadeiro! Sem uma outra pessoa, não brigo e nem excluo ninguém. Sem uma outra pessoa, não consigo odiar, excluír, amar, me posicionar e me enxergar. Em resumo e fazendo uma breve interpretação do que está dito no ótimo texto de Pedrinho A. Guareschi é: "Sem o outro e sem me relacionar c/ o outro, não sou coisa nenhuma".
E isso está diretamente relacionado com um outro importante e fundamental tópico que envolve uma relação: A forma como eu enxergo a mim mesmo e me defino e, a forma como enxergo o outro e o defino. Mais uma vez temos que recorrer a filosofia para tentar responder essa questão. Digo isso porque a maneira como enxergamos as coisas e a si próprio, está diretamente associada a algum tipo de pressuposto filosófico que ocupa o imaginário comum, mesmo que as pessoas não percebam ou não saibam nada sobre isso. Por exemplo, existem pessoas que enxergam a si e aos outros, como se fossem indivíduos e entidades isoladas, suficientes em si mesmas. Essa é uma visão da filosofia liberal, que aceita que "entre dois seres" possam existir relações, mas esses "seres" sempre serão "entidades a parte". Infelizmente (para mim e para a forma como penso), esse tipo de visão é a mais comum. Outros já tomam o ser humano como se fosse uma "peça de uma máquina", parte de um todo. O "todo" tem uma importância maior nesse tipo de visão, em detrimento do indivíduo. Pessoas e sociedades que enxergam o mundo assim, explicam as coisas através do "todo" (o estado, a instituição) e não através do indivíduo. O estado e a instituição ocupam o papel de realiidade fundamental e âncora de qualquer decisão. Estados totalitários onde o indivíduo não tem nenhuma vez e nenhuma voz, agem assim. Penso que não preciso dar exemplos...
Mais raramente, outras pessoas enxergam a si mesmas e às demais, como pessoas em relação. Isso significa que pessoa é igual à relação (pessoa=relação). Quando se definem, incluem "o outro" automaticamente. Consideram a singularidade de cada papel e de seu próprio papel: um pai é diferente de outro pai, um filho é diferente de outro filho, um médico é diferente de outro médico, etc. Mas se relacionam e convivem juntos, construindo conceitos e realidades, e ao mesmo tempo se enxergam e se respeitam como seres singulares. Particularmente eu prefiro esse tipo de visão.
Considerando os questionamentos acima, gostaria de propor uma reflexão: Sugiro que você responda às seguintes questões: Como você se enxerga e, como enxerga aos outros nas redes sociais que faz parte? Como você lida com o conflito, a exclusão e o amor, através das redes sociais que faz parte? É possivel haver relação somente de forma digital, sem o encontro face a face?
Repito mais uma vez que estas questões ainda permanecem abertas para mim. Imagino que permanecerão abertas por um bom tempo, porque acredito que essas respostas só virão após uma enorme reflexão. O fato de estar fazendo essas perguntas, não significa que eu já tenha respostas e esteja criticando uma coisa ou outra coisa. Eu simplesmente estou buscando fazer uma provocação reflexiva para buscar caminhos qu,e talvez ajudem a andar em direção à essas respostas. Compartilhar essa busca é o que mais acredito e quero fazer.
Quero agradecer aos vários comentários que recebi na postagem do primeiro texto sobre relações sociais e conflitos através das redes sociais. Muitos vieram através de e-mail (como sempre) e, outros dois foram postados e publicados e podem ser lidos por qualquer pessoa. Percebi que a maioria desses comentários tinham alguns traços em comum: criticavam a ausência do encontro face a face; a mentira na forma de se identificar pelos participantes das redes sociais; o enorme vazio que é sentido; uma preocupação com a carência de relações reais e não somente digitais; e finalmente um certo pessimismo, ao enxergar a explosão das redes sociais como sendo uma vitória da máquina sobre o homem. Todas essas questões são importantes e pertinentes. Compartilhar nossas dúvidas e sentimentos é a melhor maneira (no meu entender), de procurarmos elementos e conceitos que talvez nos ajudem a sistematizar uma forma de reflexão. Peço desculpas por não ter postado esse artigo na última semana. Estive em processo de mudança de escritório e fiquei sem internet e infra-estrutura para escrever. Continuamos com esse assunto na próxima semana. Obrigado.
E isso está diretamente relacionado com um outro importante e fundamental tópico que envolve uma relação: A forma como eu enxergo a mim mesmo e me defino e, a forma como enxergo o outro e o defino. Mais uma vez temos que recorrer a filosofia para tentar responder essa questão. Digo isso porque a maneira como enxergamos as coisas e a si próprio, está diretamente associada a algum tipo de pressuposto filosófico que ocupa o imaginário comum, mesmo que as pessoas não percebam ou não saibam nada sobre isso. Por exemplo, existem pessoas que enxergam a si e aos outros, como se fossem indivíduos e entidades isoladas, suficientes em si mesmas. Essa é uma visão da filosofia liberal, que aceita que "entre dois seres" possam existir relações, mas esses "seres" sempre serão "entidades a parte". Infelizmente (para mim e para a forma como penso), esse tipo de visão é a mais comum. Outros já tomam o ser humano como se fosse uma "peça de uma máquina", parte de um todo. O "todo" tem uma importância maior nesse tipo de visão, em detrimento do indivíduo. Pessoas e sociedades que enxergam o mundo assim, explicam as coisas através do "todo" (o estado, a instituição) e não através do indivíduo. O estado e a instituição ocupam o papel de realiidade fundamental e âncora de qualquer decisão. Estados totalitários onde o indivíduo não tem nenhuma vez e nenhuma voz, agem assim. Penso que não preciso dar exemplos...
Mais raramente, outras pessoas enxergam a si mesmas e às demais, como pessoas em relação. Isso significa que pessoa é igual à relação (pessoa=relação). Quando se definem, incluem "o outro" automaticamente. Consideram a singularidade de cada papel e de seu próprio papel: um pai é diferente de outro pai, um filho é diferente de outro filho, um médico é diferente de outro médico, etc. Mas se relacionam e convivem juntos, construindo conceitos e realidades, e ao mesmo tempo se enxergam e se respeitam como seres singulares. Particularmente eu prefiro esse tipo de visão.
Considerando os questionamentos acima, gostaria de propor uma reflexão: Sugiro que você responda às seguintes questões: Como você se enxerga e, como enxerga aos outros nas redes sociais que faz parte? Como você lida com o conflito, a exclusão e o amor, através das redes sociais que faz parte? É possivel haver relação somente de forma digital, sem o encontro face a face?
Repito mais uma vez que estas questões ainda permanecem abertas para mim. Imagino que permanecerão abertas por um bom tempo, porque acredito que essas respostas só virão após uma enorme reflexão. O fato de estar fazendo essas perguntas, não significa que eu já tenha respostas e esteja criticando uma coisa ou outra coisa. Eu simplesmente estou buscando fazer uma provocação reflexiva para buscar caminhos qu,e talvez ajudem a andar em direção à essas respostas. Compartilhar essa busca é o que mais acredito e quero fazer.
Quero agradecer aos vários comentários que recebi na postagem do primeiro texto sobre relações sociais e conflitos através das redes sociais. Muitos vieram através de e-mail (como sempre) e, outros dois foram postados e publicados e podem ser lidos por qualquer pessoa. Percebi que a maioria desses comentários tinham alguns traços em comum: criticavam a ausência do encontro face a face; a mentira na forma de se identificar pelos participantes das redes sociais; o enorme vazio que é sentido; uma preocupação com a carência de relações reais e não somente digitais; e finalmente um certo pessimismo, ao enxergar a explosão das redes sociais como sendo uma vitória da máquina sobre o homem. Todas essas questões são importantes e pertinentes. Compartilhar nossas dúvidas e sentimentos é a melhor maneira (no meu entender), de procurarmos elementos e conceitos que talvez nos ajudem a sistematizar uma forma de reflexão. Peço desculpas por não ter postado esse artigo na última semana. Estive em processo de mudança de escritório e fiquei sem internet e infra-estrutura para escrever. Continuamos com esse assunto na próxima semana. Obrigado.
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